quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A logística e a Copa do Mundo no Brasil em 2014

A logística e a Copa do Mundo no Brasil em 2014
* Hélio Meirim

Ficamos orgulhosos em receber a notícia de que, pela segunda vez, teremos a oportunidade de sediar a Copa do Mundo de Futebol. Nada mais justo, já que somos pentacampeões mundiais de futebol, temos o atleta do século (Pelé) e com certeza somos apaixonados por futebol.

Como muitos brasileiros vibrei com a notícia. Já estou imaginando a oportunidade de assistir, juntamente com meu filho, a um jogo de copa do mundo em meu país. Deve ser uma emoção e tanto!!

Após a euforia de torcedor, passo a refletir como profissional de logística e neste sentido é importante pensar nos requisitos logísticos que um evento desta magnitude necessitará. Serão necessários investimentos em construção ou modernização de estádios, aeroportos, hotéis, rodovias, ferrovias e muitos outros projetos de infra-estrutura que estão sendo estudados pelas autoridades.

Além dos aspectos acima, me preocupa a questão da logística das pessoas que participarão do evento. Segundo expectativas do Ministério do Turismo, o Brasil deverá receber 500 mil turistas estrangeiros que juntamente com as delegações (jogadores e comissão técnica), os profissionais de imprensa, médicos e muitos outros profissionais estarão em nosso país para assistir, comentar e trabalhar na Copa do Mundo de 2014.

Logo comecei a pensar:
Será que teremos algum projeto voltado para a logística dos participantes deste evento ?

Estes projetos devem procurar racionalizar o fluxo das pessoas dentro das cidades, otimizar o tempo de deslocamento destas, reduzir custos, agregar valor e proporcionar uma maior satisfação de cada um dos participantes deste fantástico evento. Devemos ainda ter em mente que este é um excelente momento de criarmos uma imagem positiva sobre nosso país, tanto aos visitantes como aos que assistem ao evento pelos meios de comunicação. Aos visitantes devemos despertar a vontade de visitar o país novamente e aos que assistem pela TV devemos despertar o desejo de conhecer o país.

Algumas ações poderão demandar altos investimento e podem ser inviáveis, mas outras podem ser implementadas mais facilmente. Pensando um pouco sobre o que eu gostaria de ver se fosse assistir a uma copa do mundo em outro país, listei alguns itens que com certeza fariam grande diferença:

- Informação (em mais de um idioma) sobre local, dias e horários de jogos, pontos turísticos próximos, hotéis, restaurantes e formas de chegar ao evento;

- Informação sobre o horário e destino de ônibus, metrô, trem e barco. Estas informações deveriam estar disponíveis em hotéis, estádios de futebol, praias, pontos turísticos, aeroportos, estações de trem, metrô e demais pontos onde haja grande fluxo de pessoas;

- Integração perfeita de todos os meios de transporte. Possibilitar conexões entre as estações de ônibus - metrô – bonde - trem – barco - avião.

- Cumprimento dos horários definidos;

- Informação sobre o quanto tempo falta para que o meio de transporte utilizado chegue ao local em que você está aguardando;

- Facilidade de acesso aos idosos e portadores de necessidades especiais.

- Possibilidade de aquisição de bilhetes que possibilitem o uso de diversos meios de transporte (integrados) durante todo o evento;

- Incentivo (preços reduzidos) para a aquisição antecipada dos bilhetes para evitar grandes filas tanto nos estádios como nos pontos turísticos, meios de transporte ...

Penso que o estudo dos processos logísticos voltados para o fluxo das pessoas, considerando os meios de transporte, integração perfeita entre os diversos modais, informações precisas, confiáveis e disponíveis facilmente poderão ser um diferencial competitivo na Copa do Mundo de 2014.

Tenho certeza que se pensarmos neste sentido, conseguiremos oferecer uma melhor qualidade de serviço aos participantes deste fantástico evento, gerando, assim, melhores resultados não só através do aumento da receita com o turismo, por exemplo, mas com a redução de custos e otimização do tempo para os usuários destes sistemas logísticos.

Parece que temos muito tempo, mas 7 anos passam rápido e algumas ações precisam começar logo.

Vamos torcer para que nossa seleção seja vitoriosa em 2014 e que as questões relacionadas à Logística de Pessoas iniciem sua caminhada em busca de muitos títulos.

Hélio Meirim – Atuou por mais de 15 anos, como executivo de Logística, em empresas nacionais e multinacionais, tendo desenvolvido projetos no Brasil, Chile, México, Estados Unidos, Portugal e Espanha. É Consultor da HRM Logística e Professor Universitário nos cursos de MBA, Pós-Graduação e Graduação.
hrmeirim@hrmlogistica.com.br

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